Texto escrito por Hamilton Santos.
No dia 22 de Outubro os profissionais da educação foram duramente golpeados. Foi assinado um "acordo" onde os professores foram ameaçados a saírem de uma greve de dois meses e meio, com repercussão nacional e apoiada por toda a sociedade. Esse acordo de rendição aconteceu em uma reunião às portas fechadas com a presença do Ministro Fux do STF,
do secretário de educação do Estado Wilson Risolia, da secretária de
educação do Município Claudia Costin e de membros da direção central
do SEPE. Foi aprovado um acordo que assinava
a rendição dessa greve histórica de 2013 e o fim desta sem qualquer
benefício para os trabalhadores da educação, para os alunos e para o
povo.
Nas assembleia do estado e do município, nos dias 24 e
25, confirmava-se o fim da greve na educação de forma estranha, pois a greve dos profissionais da educação estava com força a nível nacional e havia se transformado em referência para diversos profissionais da educação de todo país e para o povo brasileiro que foi ás ruas lutar por uma educação pública de qualidade. A vitória estava próxima, porém...
É preciso destacar
que este "acordo" não contou com a participação dos mais de 100
profissionais da educação que foram em caravana para Brasília e que,
infelizmente, foram impedidos pela direção do sindicato de participar da
audiência, de se aproximar do Tribunal de Justiça e até mesmo de
permanecer em Brasília enquanto a audiência ainda acontecia. Fato que contrariou o que foi votado em assembleia do sindicato, na qual ficou decidido que pessoas do comando de greve, que não eram da direção do sepe central, participariam do encontro com o STF ao lado do sepe central. Porém a direção central passou por cima dessa decisão e não permitiu que representantes do comando de greve participasse do fatídico encontro.
A
luta da educação, que levou milhares de pessoas às ruas em nas principais capitais do país, em apoio aos professores do Rio de Janeiro envolveu pais, alunos, funcionários, professores,
comunidades, movimentos sociais e o povo. Nossa greve se tornou uma referência de luta
para todo o Brasil, pena que foi apunhalada pela união dos governos municipal,
estadual, federal e pela direção central do sindicato.
Mas a luta não acabou. As escolas públicas ainda continuam sendo
depósito de alunos e professores considerados sem "valor".
Faltam condições de trabalho para os profissionais da educação. Ainda continuam com salas de aulas lotadas, banheiros quebrados, com
diretores indicados sem serem eleitos democraticamente como era antigamente, com disciplinas de apenas 1 tempo com 50 minutos de duração, com escolas e turmas
sendo fechadas constantemente, com alunos, professores e funcionários
sendo removidos como lixo a cada novo fechamento de escola (são mais de
300 escolas, apenas do Estado, fechadas em 3 anos), com professores e
funcionários mal-remunerados.
Não apanhamos à toa. A luta continua e as ruas mostram o caminho...
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