EDUCAÇÃO EM LUTA, NA GREVE DOS SERVIDORES
Os Profissionais da
Educação de Angra dos Reis reuniram-se ontem (31/03) em praça pública e decidiram
que a greve dos servidores, deverá ter uma pauta da Educação, pauta esta para
além das questões salariais. Avaliou-se que nossas condições de trabalho afetam
a qualidade de ensino e não podemos mais admitir trabalhar em condições
precárias.
Trabalhamos em escolas
onde não há canetas de quadro, diários de classe, zeladores. Em espaços
escolares onde o mau cheiro, o calor excessivo, a falta de infraestrutura atrapalha
o bom andamento das aulas. Ainda não contamos com o mínimo de 1/3 da carga horária
para planejamento! Essa lei foi elaborada em 2008 e até hoje o poder público de
Angra não a aplicou. Precisamos de tempo para planejar e melhorar nossas aulas,
melhorar a qualidade da educação concedida aos filhos dos trabalhadores de
Angra.
Temos um compromisso
com essa parcela da população e somos impedidos pelas más condições de trabalho
de realizarmos nossas atividades de maneira plena, com a qualidade que a
população trabalhadora dessa cidade merece.
Muitos profissionais da
Educação adoecem devido as más condições de trabalho. São professores/as com
uma carga horária extensa para garantir salários melhores, são zeladores trabalhando
por três ou quatro, o calor intenso nas escolas que leva crianças e servidores
a passarem mal. Enfim, uma série de “coisas” que nos impedem de exercer de
forma adequada nossas funções.
Por esses e outros
motivos estamos em greve e em luta. Não temos partido! Nosso partido é a
educação pública de qualidade! Vamos nos unir e mudar essa situação!
Pauta
específica dos Profissionais da Educação de Angra dos Reis
O
que reivindicamos para além da reposição salarial?
·
Cumprimento
da lei federal 11.738/2008, que preconiza o mínimo de 1/3 de planejamento na
carga horária dos docentes;
·
Inclusão
das disciplinas diferenciadas no currículo das séries iniciais do ensino
fundamental, tais como Educação Física, Educação Artística e Musical e Língua
Estrangeira, melhorando a qualidade de ensino e garantindo 1/3 de planejamento
na carga horária das séries iniciais;
·
Imediata
compra de material didático-pedagógico para o bom andamento do funcionamento da
escola, tais como canetas de quadro, tinta para copiadoras, diários escolares, etc.;
·
Imediata
contratação de zeladores em caráter emergencial (enquanto não é realizado o
concurso) para atender as unidades escolares onde não há zeladoria;
·
Climatização
das unidades escolares;
·
Concurso
público para docentes, pedagogos, merendeiras e zeladores;
·
Fim
das terceirizações;
·
Implementação
de alternativas construídas junto as unidades escolares para o fim da violência nas escolas;
·
Paridade
entre ativos e inativos (inclusive o direito ao Bancred)
·
Obras
emergenciais nas unidades escolares de acordo com cronograma discutido com a
categoria e unidades escolares para listar prioridades;
·
Aplicação
do Plano Municipal de Educação (PME);
·
Aumentar
nível de escolaridade para o cargo de Monitor de Educação Especial;
·
Garantir
a formação continuada no horário de trabalho sem prejuízo para estudantes;
·
Criação
do cargo e concurso para Monitor de
Informática para o total funcionamento dos laboratórios de informática;
·
Transparência
na aplicação do Fundeb, publicizando sua aplicação;
·
Autonomia pedagógica, inclusive para rejeitar
projetos de empresas privadas que são implementados nas escolas, tais como
Sangary e Abramundo.
O Sepe disponibilizará
toda a sua estrutura para que seja utilizada como instrumento nesta greve e
convida @s trabalhador@s da educação a participar como protagonistas desta
greve participando de comando de greve, comando de negociação, assembleias.
Deixamos claro nosso
desejo de continuar a greve caso as pautas da educação não sejam atendidas com
negociação protagonizadas por nós.
O Sepe como um
sindicato histórico de luta pela defesa dos profissionais da Educação e que sempre esteve e está na defesa da Escola
pública, gratuita e de qualidade coloca todo seu aparato a disposição dos
profissionais de educação em luta.
Sempre nos mantivemos a
disposição da categoria e se não protagonizamos essa luta foi por respeito a
decisões nas assembleias da categoria que colocou sempre uma necessidade de
diálogo e trabalho conjunto com Sinspmar, porém percebemos que nesse momento os
profissionais da educação não estão sendo comtemplados nessa greve, pois nossas
reivindicações específicas não entraram na pauta de negociação, mesmo com toda
pressão dos educadores.
Chamamos tod@s @s
profissionais da educação para assembleia, a ser definida hoje as 14h na praça
da prefeitura, onde daremos tratamento à
nossa pauta específica.
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