PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO FAZEM MANIFESTAÇÃO NO DIA DO MESTRE E DENUNCIAM SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO EM ANGRA DOS REIS

CARTA LIDA E PROTOCOLADA NA REUNIÃO DA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DA CÂMARA EM MANHÃ DE HOMENAGENS PELO DIA DO MESTRE 11/10/2011.

BOM DIA: À população que nos assiste; aos meus colegas professores e pedagogos aqui, em especial às merendeiras e zeladores; à Secretária de Educação e suas assessoras; aos vereadores, ao presidente e aos membros da Comissão de Educação.

HOMENAGEM AOS PROFESSORES!!! É válida a intenção dos senhores vereadores, porque é sempre bom ser lembrado. Ainda mais por representarmos uma profissão vital para a formação da sociedade e o desenvolvimento do município e do país.
No entanto, entendemos que essa homenagem não é compartilhada pelo chefe do Executivo atual. POR QUÊ??? Podemos citar alguns exemplos, até porque o nosso tempo aqui é pequeno.
1º - A falta de material adequado nas escolas, tanto o pedagógico quanto o de limpeza. Senhores vereadores, se um professor tem que fazer um cartaz, tem que comprar o papel com o dinheiro do seu bolso, a fita para colar, a caneta para escrever. E, quando enfim, parte do material chega à escola, é insuficiente para professores sérios e comprometidos com a Escola pública, gratuita e de qualidade, realizar um trabalho contínuo, porque o material é em pouca quantidade. Sobre o material de limpeza, senhores vereadores, na escola não temos nem mesmo, pasmem senhores, papel higiênico.
2º - Há falta de manutenção nos poucos equipamentos existentes nas escolas. Tem computador só para uso da secretaria da escola, professor não pode usar e, quando mandamos por e-mail material para ser impresso, nos deparamos com falta de tinta, defeito na impressora, entre outros.
3º - Tem escola que tem uma sala de computadores fechada. Por que a Secretaria de Educação tem monitores de informática em seu quadro, mas deixa uma sala dessas se deteriorando??? Temos equipamento, mas o aluno está privado do acesso ao conhecimento da informática. ISSO É DINHEIRO PÚBLICO SENDO MAL UTILIZADO.
4º - Reforma nas escolas. Os nossos pedidos nunca serão prioridade. Por exemplo: No CIEP – E. M. Tânia Rita de Oliveira a acústica ruim prejudica o processo de aprendizagem dos alunos e a saúde dos professores. O pedido que foi feito à secretaria foi negado com argumento de que não é prioridade.
5º - Pedidos de nossas licenças para participar de congressos, mestrado e doutorado, como previsto no Plano Municipal de Educação (lei aprovada por esta casa) não são atendidos, prejudicando assim nossa formação e, consequentemente, o trabalho com os alunos.

6º - Nossa participação no Congresso Municipal para deliberação do PME (Plano Municipal de Educação) e sobre a Avaliação é desrespeitada quando a lei do PME, já aprovada por essa Câmara, não é cumprida em vários itens “que não interessam” à política educacional desse atual governo, e, as deliberações do Congresso de Avaliação foram modificadas de forma autoritária pela secretária, passando por cima do que os representantes presentes ao Congresso aprovaram. Lembramos que o processo educacional deve ser sempre PARTICIPATIVO E DEMOCRÁTICO.
7º - A lista de problemas não acaba aqui, mas precisamos citar não o último, mas um dos problemas mais sérios, senhores vereadores: os profissionais da educação de nível superior estão com o salário achatado desde 2006, com a implantação do PCCR e do PCCR-M em 2007. De 2007 para cá, por exemplo, o nível médio e o nível técnico já obtiveram quatro mudanças de referência, vocês sabem que isto equivale a um aumento real, a diferença de uma referência para outra é de 18% de aumento real. Com isso, esses níveis têm o salário igual, e em alguns casos, superior aos profissionais de nível universitário. Não estamos querendo, como andam falando pessoas mal intencionadas, a diminuição dos salários de nossos colegas, o aumento que obtiveram foi justo; queremos tratamento igual para todas as categorias. Há três anos vimos tentando negociar com o atual governo, que nos disse no dia 21/09/2011 que ainda está pensando sobre nossa mudança de referência.
Senhores vereadores, aí nós perguntamos: que descaso é esse com a Educação e em especial com o nível superior???
Sem falar nos professores dos Anos Iniciais, Docente I, que há três anos lutaram sozinhos para a adequação correta no nível médio técnico. Com muito custo conseguiram convencer o Executivo de que o curso de formação de professores é um curso de NÍVEL TÉCNICO e agora foram desrespeitados ao serem deixados de fora da mudança de referência de nível técnico.

Sem contar com o desrespeito de alguns funcionários, inclusive que trabalham no gabinete da secretária e que em reuniões falam que os professores trabalham pouco, mostrando total desconhecimento da profissão do magistério, que não trabalha só a carga horária prevista em lei. Abrimos mão do horário do nosso sono e dos nossos finais de semana para dar conta de nossas tarefas.
É surpreendente, senhores vereadores, que dentro da máquina administrativa da Educação do governo alguns profissionais com cargo de chefia desconheçam o que é o trabalho do magistério.
Diante desses itens todos que nós enumeramos, precisamos da ajuda dos senhores vereadores, por que aqui é a casa do povo, correto?! E nós, enquanto povo e profissionais responsáveis e comprometidos com a EDUCAÇÃO, estamos PREOCUPADOS e, após a última negociação realizada no dia 21/09/2011, ficamos DESESTIMULADOS. Não que o reajuste de zero por cento se transforme também em EDUCAÇÃO ZERO.
E temos certeza que os vereadores que realmente se preocupam com a Educação, prova esta é este espaço aberto por vocês hoje, vão encontrar uma maneira de reverter este quadro e de incluir na LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2012 as nossas mudanças de referência, além das outras providências já solicitadas aqui.

Para os vereadores da Comissão de Educação o nosso agradecimento, aplauso e respeito por nos ouvir, fato que não está acontecendo até agora com o Executivo.

Queremos, inclusive, esclarecer que nossa representação sindical é o SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação) – Núcleo Angra dos Reis, e não outra entidade sindical patronal que negociou 3% de reajuste inferior à inflação (fato nunca ocorrido em Angra), além de nos deixar de fora das propostas e negociações com o governo, e sem informações.
Agradecemos o espaço e o RESPEITO À EDUCAÇÃO.