sábado, 18 de outubro de 2014

PEZÃO TESTADO E REPROVADO.

A respeito da propaganda política do atual governador do estado do Rio de Janeiro, Luis Fernando de alcunha Pézão, hoje, no dia do professor, queriamos esclarecer alguns pontos:

1- O IDEB não mede a qualidade da educação. Educação de qualidade é aquela que garante formação humana (responsabilidade, valorize a ética, não desvincule ensino-aprendizagem, respeite o estudante, valorize a criatividade do estudante, faça com que pense de forma crítica, participe da gestão da escola, participe da elaboração do Projeto Pedagógico da escola, aprenda a se organizar com outros estudantes... é a proposta, dentre outros, de Paulo Freire.) o IDEB (prova de múltipla escolha equacionado com repetência/aprovação) é incapaz de medir estes itens. O governo do estado do Rio de Janeiro tem se proposto a pressionar os professores para que treinem os estudantes para marcar o xiszinho na resposta correta sem considerar que em muitas avaliações deste tipo existem mais de uma alternativa correta e em muitas vezes nenhuma opção correta. Uma avaliação de múltipla escolha é incapaz de avaliar o raciocínio do estudante, sua criatividade e o que o levou a marcar aquela alternativa para corrigí-lo.

2- O salário insuficiente leva vários professores a abandonar a rede estadual (500 no mês de agosto segundo dados do SEPE). O Rio de Janeiro aumentou sua arrecadação mas parece que só as empreiteiras e empresários que financiaram a campanha eleitoral do governo Cabral/Pezão receberam os frutos deste aumento de arrecadação. Funcionários públicos ficaram de fora o que representa falta de compromisso com o povo que precisa de serviço público de qualidade.
Se for verdade o que foi afirmado pelo governador e candidato, não temos informações, que o estado do Rio de Janeiro paga o segundo melhor salário entre os estados do Brasil, este salário está muito abaixo dos pagos a outras profissões de nível superior, abaixo ou igual aos pagos por inúmeras prefeituras e risíveis se comparados aos salários pagos à professores de países com PIB menor do que o do Rio de Janeiro.


3 – O governo do estado do Rio de Janeiro não cumpre a lei 11738 que garante 1/3 da jornada do professor de 16horas (maioria dos docentes da rede) para tarefas referentes à atividades feitas fora da sala de aula (corrigir avaliações, preparar aulas, pesquisar, se atualizar... )

4- Em cerca de 80% das escolas faltam professores de alguma disciplina. Existe a orientação feita pela Secretaria de Educação aos diretores que inventem notas para os estudantes que não tem professores.

5- A grande maioria dos professores da rede estadual de educação pensam em não se aposentar na rede estadual consideram este trabalho provisório e adoecem nas salas de aulas por lotação das turmas, excesso de trabalho, agressões verbais e por vezes físicas de alguns estudantes insatisfeitos com a preocupação dos professores.

6- A rede estadual de educação encolheu e a rede privada cresceu segundo pesquisa do professor Nicolas Daves da Universidade Federal Fluminense.

7 – Falta pessoal de apoio nas escolas. Alguns cargos fundamentais como orientador educacional (profissional que orienta o estudante para profissão), psicólogos, inspetor de alunos, bibliotecários e etc.

8 - A escola de Pezão prioriza a formação de mão de obra barata para a indústria e comércio.

9 – O governo do estado está desviando dinheiro público para a privada, ao invés de garantir a entrada do estudante nas universidades públicas que são as de qualidade, quer comprar vagas nas universidades privadas, que em sua maioria não se preocupam com pesquisa e extensão, fundamentais para a formação do profissional de nível superior.

10 - Não dialoga com os professores e os ataca com bombas e agressões policiais quando nos mobilizamos para garantir o comprometimento do governo com uma educação de qualidade.

 11 – Poderiamos apontar muitos outros fatores, mas a secretaria estadual de educação aliena os professores impondo objetivos currículares desvinculados da realidades locais de muitos estudantes.
Diante deste quadro não podemos falar de melhora da qualidade de educação, pois educação não é IDEB